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Pesadelo Defensivo: A Queda da Fortaleza

Foto do escritor: Rafael BrunoRafael Bruno

     Não é segredo nem novidade que o time do Nashville Predators tem uma das melhores defesa da liga há anos. Roman Josi, Ryan Ellis, P.K Subban e Mattias Ekholm formam um dos dois pares defensivos mais fortes de toda NHL, com consistência e eficácia. Não bastasse isso, o poder de fogo que esses defensores possuem é de tirar o sono de qualquer equipe e goleiros adversários. A defesa terminou liderando a temporada regular em pontuação com incríveis 206 pontos somados, sendo 178 anotados pelos 4 defensores citados. Vale lembrar que os Preds ainda não tiveram Ryan Ellis por 38 jogos, já que o defensor passou por uma cirurgia na última offseason e ainda jogou a última temporada inteira com dores no joelho. Nos playoffs da temporada passada, foram fundamentais para levar o time à Stanley Cup, tanto defensivamente quanto ofensivamente. Já nesta temporada regular, a equipe fez a segunda melhor campanha defensiva da liga, levando apenas 204 gols (dois a mais que os Kings) e média de 2,49 gols sofridos por jogo, também a segunda melhor. Mas o Playoffs, o Hockey é outra coisa.

     Tudo isso se tornou uma fortaleza para os Preds, um “lugar seguro” que todos confiam e não se sentem ameaçados. Pois bem, com a chegada da hora dos playoffs e com o peso de ter sido vencedor do Presidents’ Trophy, desta vez o que vimos foi a fortaleza cair. O que se viu no jogo defensivo do time do Tennessee é de assustar à todos. O time elevou os números de gols sofridos para 3,23 por jogo sendo a pior defensa entre os times que avançaram para a segunda rodada.

     Nas duas primeiras vitórias na série contra o Colorado Avalanche, foram 6 gols sofridos na Bridgestone Arena que deu confiança aos Avs para fazerem 5 em Denver e vencer o jogo 3. O time já cometia turnovers tolos que resultaram em gols em toda série contra os Avs e se viu muita fraqueza mental nos defensores como Subban desesperado se jogando no gelo, displicente perdendo muitos pucks ou Josi caindo em provocações bobas totalmente inverso no papel de capitão, sem liderança ou controle sobre si, quem dirá sobre um vestiário ou grupo de hockey. Ryan Ellis perdido no gelo e Ekholm apagado. Apesar de ter avançado em seis jogos na série contra Avalanche, Nashville sofreu 15 gols ao todo em 6 jogos na primeira rodada. Definitivamente isso preocupou qualquer torcedor para a série seguinte contra o forte time do Winnipeg Jets.

     A segunda rodada dos playoffs foi uma catástrofe defensiva. Foram 22 gols sofridos nos 5 primeiros jogos da série, média superior a 4 gols por jogo. Muitas falhas na marcação, levaram em muitos gols de rebote. Primeiro gol dos Jets mostra bem a tranquilidade que Dustin Byfuglien teve para anotar o primeiro tento no jogo 2. No terceiro jogo, foram 5 gols sofridos em que os jogadores estavam completamente livres de marcação. Muita desatenção, os jogadores parecem não terem jogados juntos, muita falta de comunicação e aquela nítida impressão de cada um por si e total desorganização. Com mais 2 gols no empty net encerra o terceiro jogo com 7 sofridos. Veio o quinto jogo e você se engana que não podia piorar. Vimos mais do mesmo se afundar ainda mais, um festival de turnovers em que os Jets foram fatais, mas sem muito trabalho para execução. Paul Stastny sozinho em frente a Pekka Rinne para fazer seu desvio fácil. Foram mais 6 na conta e de forma repetitiva, com jogadores sem muitas dificuldades para execução. Não houve trabalho defensivo na slot dos Preds, havia sempre um jogador livre aproveitando um rebote ou um passe. A crítica situação dos Predators não ajudou quando Pekka Rinne (candidato ao Vezina Trophy) esteve naquele momento de fraqueza em jogos de playoffs que o persegue durante sua carreira. Com exceção aos playoffs passado, Pekka tem dificuldades em jogos de pós-temporada mostrando um desempenho muito abaixo do grande goleiro que é, tendo permitido gols que não estamos acostumados a ver, principalmente falhar no five hole.

     O forecheck da equipe sempre foi muito forte e gerou muitos gols na temporada regular, neste playoffs ele só esteve presente no gelo na vitória por 4-0 no jogo 6 e um pouco no jogo 2. Podemos ver P.K. Subban desesperado, se jogando toda hora no gelo, perdendo puck atrás de puck, gerando situações perigosas ou até mesmo gols. Roman Josi parece sem foco, com comportamento indigno de capitão, mostrando fraqueza mental. Ekholm escondido no gelo, apenas fazendo espaço e nos lugares errados. Ryan Ellis perdido em cada jogada. Atrelado à isso, vem os pinchs altíssimos que geraram inúmeros gols sofridos e não tem mostrado nenhuma eficiência com os defensores abaixo do seu poder ofensivo, e isso sempre resultou em gol a favor e não contra.

     O Nashville Predators enfrentou a eliminação de forma merecida e até vergonhosa visto que era um fortíssimo candidato ao título da Stanley Cup. Os jogadores mostram confiança e dizem que sabem o que precisa ser feito, mas não executaram.


     Porém, acho completamente desnecessária a forma que execraram P.K. Subban ao fim da temporada. As pessoas não sabem o que dizem sobre P.K., ele realmente é um líder, e foi o líder que Roman Josi não foi. Ele é um dos melhores defensores da liga, tanto ofensivamente quanto defensivamente. Querem tirar Subban de Nashville a toda custa mas não vão conseguir pois ele não vai à lugar algum. Não adianta cruficar um jogador após um fiasco coletivo, isso não vai ajudar. Temos um grupo fantástico e que fizeram história ao longo da temporada regular. Assim como David Poile, eu acho que com algumas melhoras a Stanley Cup está cada vez mais próxima. Não vamos e nem devemos modificar nossos jogadores muito menos nossos defensores. Eles são sim, uma fortaleza, que está abalada e precisa de alguns cuidados para se reerguer. 

     Esqueçam e parem de falar mal de P.K. Subban, pois sim, precisamos dele, assim como todos os nossos guerreiros.

 
 
 

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